O alarido que se tem feito à volta do caso “dá-me o telemóvel já” justifica-se? Sim e Não. Sim porque já era tempo da sociedade olhar para a violência escolar. Não porque casos deste género já se passam pelo menos desde que eu andei no secundário. E digo isto, porque vivi-os. Claro que nessa altura os telemoveis eram raros, Youtube nem em sonhos, mas vi atirarem cadeiras, partirem cadeiras, brincar com diablos (eram moda na altura) a voarem dentro de salas de aula, insultarem-se professores etc… E andei numa escola conceituada/bem. Imagino o que se passava nas outras.
O problema começa nos alunos, obviamente, mas é agravado pelo professores. Muito não têm capacidade para exercerem a profissão. Não basta tirar um curso para exercer a profissão de professor. Os professores aprendem como lidar com marginais a usarem a força física, ou com meninos bem a usarem violência psicológica, com os bullies?
“Em que é que nos estamos a tornar?”, perguntava Mário Crespo. Oh Mário, em que é que nos tornámos!! Os jovens de hoje são mega-consumistas, mimados, mal-educados (generalizando, obviamente). Os pais têm cada vez menos tempo para os filhos. Uma das consequências é esta.
O nosso procurador-geral, sempre atento à agenda mediática (neste até já tinha mandado umas larachas antes), lá mandou as suas larachas: “Os conselhos directivos deveriam ser obrigados a participar os casos de violência que ocorrem nas escolas”.
“Xiuuu, isto fica entre nós, e damos um puxão de orelhas à rapariga. Ela agora até pode faltar quando quiser, depois passa nos exames e baza daqui rapidamente. Shit, as tv’s andam a passar isto, vamos ter de fazer alguma coisa. Já sei: mandamos a miúda pra outra escola e mostramos que temos mão dura!” Ah valentes!
Trabalho comunitário. No meu grandioso senso comum é o melhor castigo que se pode dar a gente desta. Varrer o bar, limpar o pó das secretárias, aparar a relva dos jardins da escola, lavar o autocarro escolar. Poderia tornar-se um problema, porque em algumas escolas os contínuos seriam quase dispensados (ou colocados em quadros de mobilidade especial como se diz agora) pq já não fariam falta nenhuma…
Mas, como dizia a nossa ministra, o que nos vale é que a violência das escolas não é problemática. Até adivinho que vem aí uma estatística a comprovar que os casos de violência escolar diminuíram nos últimos 3 anos.
quinta-feira, 27 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
De ficar com a lágrima no canto do olho
Não é em 5 anos, nem 10. è em gerações. E esta tem de começar a percebê-lo. Change. De discurso, de politicas, de mentalidades retrogadas ou puramente economicistas, de atitudes.
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