Esconde-se entre esquinas apertadas nas ruas estreitas do interior da cidade. Cabeça baixa, boné enfiado até ao nariz, ergue ligeiramente os olhos quando ouve passos na sua direcção. Aproxima-se do local de cruzamento interpessoal. Faz uma concha com as mãos e quando o outro passa por ele levanta as mãos e segreda num tom quase imperceptível, "dinheiro para um pão". O outro, na sua pressa estúpida de chegar ao destino, olha para trás e diz "peço desculpa", enquanto continua na correria estúpida para o destino.
A pobreza está aí. Menos evidente. Mais ignorada. Mais tímida. Bem mais escondida.
A pobreza está aí. Menos evidente. Mais ignorada. Mais tímida. Bem mais escondida.
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